O homem é só. Em todo seu contexto social o ser humano – um produto da sociedade – em seus conflitos étnicos, ideológicos e parciais se isola numa dimensão desconhecida até mesmo por seu semelhante mais íntimo. Tudo o que é coletivo, por excelência, isola cada um em suas diferenças, tornando até mesmo aquele que é popular, uma minoria.
As minorias são, historicamente os negros, as mulheres, os pobres, os homossexuais, os índios, os deficientes, comunidades descendentes de imigrantes, membros de comunidades religiosas e ciganos. A globalização e o capitalismo brutais geram uma nova massa solitária e excluída: o indivíduo. As ânsias e tudo o que é reprimido submete o homem a uma situação caótica de opressão, em que tudo ao seu redor o ignora enquanto detentor de pensamentos próprios e conflitantes com os da sociedade.
No espaço onde as relações se fazem a partir de convenções e tradições, a autonomia das ações vive uma ditadura silenciosa. Conforme Octavio Paz, cada indivíduo é único e cada indivíduo é inúmeros indivíduos que ele não conhece. Da mesma forma, toda a coletividade desconhece cada ator de seu processo.
Fechado, sem perceber, o homem convive automaticamente, deixando de lado a intensidade do que quer e transgride sua natureza. As contradições do que é e do que deve ser o fazem só. “O inferno está inteiro na minha solidão”, diz Hugo.
O inferno, por sua vez é mutável ao passo que é particular. Para uns, as leis, para outros, a subversão. As inquietudes da alma são um porão inquisidor, são elementos responsáveis – avaliadas pela sociedade – primordiais ao sufocamento dos anseios humanos.
Mas se Pascal afirma que para si mesmo o indivíduo é um soberbo paradoxo, é possível admitir que o íntimo é o Coliseu de todo o ser.
A primeira opressão é a de si mesmo, enquanto censor – formado pela conjuntura em que está inserido. Todo aquele que é consciente de sua resistência à anulação do “governo pessoal” vive o pisoteamente dos próprios pensamento, que segundo Victor Hugo, são os deuses, monstros e gigantes a quem todo o homem está entregue.
Texto escrito na lanchonete, numa madrugada destas.
As minorias são, historicamente os negros, as mulheres, os pobres, os homossexuais, os índios, os deficientes, comunidades descendentes de imigrantes, membros de comunidades religiosas e ciganos. A globalização e o capitalismo brutais geram uma nova massa solitária e excluída: o indivíduo. As ânsias e tudo o que é reprimido submete o homem a uma situação caótica de opressão, em que tudo ao seu redor o ignora enquanto detentor de pensamentos próprios e conflitantes com os da sociedade.
No espaço onde as relações se fazem a partir de convenções e tradições, a autonomia das ações vive uma ditadura silenciosa. Conforme Octavio Paz, cada indivíduo é único e cada indivíduo é inúmeros indivíduos que ele não conhece. Da mesma forma, toda a coletividade desconhece cada ator de seu processo.
Fechado, sem perceber, o homem convive automaticamente, deixando de lado a intensidade do que quer e transgride sua natureza. As contradições do que é e do que deve ser o fazem só. “O inferno está inteiro na minha solidão”, diz Hugo.
O inferno, por sua vez é mutável ao passo que é particular. Para uns, as leis, para outros, a subversão. As inquietudes da alma são um porão inquisidor, são elementos responsáveis – avaliadas pela sociedade – primordiais ao sufocamento dos anseios humanos.
Mas se Pascal afirma que para si mesmo o indivíduo é um soberbo paradoxo, é possível admitir que o íntimo é o Coliseu de todo o ser.
A primeira opressão é a de si mesmo, enquanto censor – formado pela conjuntura em que está inserido. Todo aquele que é consciente de sua resistência à anulação do “governo pessoal” vive o pisoteamente dos próprios pensamento, que segundo Victor Hugo, são os deuses, monstros e gigantes a quem todo o homem está entregue.
Texto escrito na lanchonete, numa madrugada destas.
Um comentário:
Legal...
Mas discordo de que o coletivo isole as pessoas e forme minorias. Pelo contrário, acho que a coletividade justamente inclui as pessoas os indivíduos independentes e só se tornem camaradas.
NA verdade acho que você mesma concorda com isso quando fala da "massa solitária e excluída".
Debate interessante..
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