domingo, 29 de novembro de 2009

A vida toda a paixão de todo dia

Tantas pessoas perdidas, corações vazios,
nada nas mãos.
Tenho em mim um sentimento sem fim,
o carinho nas mãos,
você em mim.
Dona das carícias que aliviam,
acalmam,
embalam sonhos.
Ah mulher! Você tem nas mãos uma alma,
constante carência de você,
sem nenhuma calma.
Imenso vazio quando não me olham os seus olhos.
Parece que se penso nesse amor,
enche-me o peito, me toma todo o espaço do espírito.
Quero a vida toda a paixão de todo dia,
quero o dia todo, todos os dias de toda a vida que me dá essa paixão.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Revelação


O espetáculo vai começar.

Entre tantas personalidades, entro em palco como personagem.

Para vocês sou a gargalhada, a lágrima escondida
sou a saudade de alguém em épocas vividas
a peça fundamental para a imaginação.
Sou o mundo lhe trazendo informações.

Para as crianças sou a magia do rosto colorido.
Um espetáculo inteiro de inocência e sorriso
e o poder de causar a vontade de ser diferente
de querer um amanhã melhor e ser visto como gente.

Eu interpreto
Eu manifesto
Eu: concerto e desconserto

Eu sou música
Eu sou dança
Eu sou pintura
Eu sou lembrança

Cortinas fechadas,
saio do palco e quem me espera se chama rotina.
Lavo meu rosto e com muito gosto volto pra minha vida.

Levem meu personagem
levem meu texto
levem essa historia hoje contada
é assim que vai lembrar-se de mim.

Porque na vida real
você não me conhece,
não sabe nada sobre mim.
Portanto para ao meu público
sou conhecida e registrada como


ARTES CÊNICAS

(Cintia Scalco)

sábado, 29 de agosto de 2009

Conquista

Deita teu corpo no meu e que eu seja o leito mais tranquilo.
Espalha sobre mim teus cabelos macios e gruda na minha, o cheiro da tua pele.
Solta todo o peso da tua alma,
que eu fui feita só pra isso, para ser teu suporte,
teu sustento.

Toma meu corpo inteiro com tua mão,
porque é teu poder,
porque é minha vontade.

Encosta o canto da tua boca no cantinho da minha
alimentando a minha esperança de roubar teu gosto.
Me olha daquele jeito, fazendo cara de quem quer sem querer
e é isso todo dia,
me conquista,
me perde,
me conquista.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A rotina é a guilhotina do amor

Muito prazer em “desconhecê-la”. Jamais havia passado por tal experiência antes, em toda a convivência que tive na vida com as mais diversas pessoas. Nunca pensei que saísse do papel a força de vontade em recomeçar, recomeçar de verdade, com respeito, com magia...
Ah, com todo respeito, se falo em recomeço não é pedindo-lhe fidelidade, porque não é a mim que deve tal virtude, mas à ti mesmo, mas falo de sustentar até onde minha força agüentar e o fio da esperança não arrebentar, o sentimento sublime que habita meu coração tão novo e já cansado das estripulias da vida.
Nunca pensei olhar com tal curiosidade e tocar com tal receio, um ser que por meses e meses parecia uma parte de mim. Não imaginei nunca esperar um telefonema, um gesto de carinho, um cruzar na rua, uma coincidência com tal ansiedade, de quem por certo, há alguns dias tinha isso como obrigação mútua.
A rotina é a guilhotina do amor.
A partir do momento em que o ritual passa a ser mais que eventual, uma estrutura pesada e enferrujada, com lâminas afiadas, decepa a naturalidade dos sentimentos. Se todos os dias, a tal hora sei que tenho de beijar alguém, então não haverá nunca surpresa algum no beijo e um beijo sem surpresa é seco, frio e sem sabor.
Se já não me pego olhando-te quando estás distraída, sugiro que fiquemos sem nos ver por algum tempo para que meu olhar volte a necessitar da tua fisionomia e saiba se contentar com a tristeza ou a alegria dos teus olhos.
Se eu passar a me importar mais com os teus desejos por outras pessoas do que entender teu desejo por mim, então eu mereço dias de solidão, porque afinal, se desenvolvi o mínimo de inteligência, devo perceber que a liberdade, assim como cabe a mim, deve servir a ti com a mesma intensidade e que se desejas, com a tua alma, outros braços ou outra companhia, é direito teu que desfrutes.
O mistério que vejo em volta de ti faz com que eu pense agora, até que ponto me ensinastes tudo isto com ou sem pretensão.
Confesso... é doloroso o caminho para aprender o amor. Não nego que preciso abandonar um pouco de mim para permanecer em ti, e que não exijo que te abandones para se manter em mim porque em toda a história sempre foi assim: o ser que ama e o ser amado. Não está errado, não é pecado nem é injusto, é pura e simplesmente a fórmula do amor: meio doce, meio amarga.
Despeço-me, ilustre desconhecida, com um beijo no rosto – este que desfaz o que acabara de acontecer com tamanha intensidade e que inicia a expectativa por aquilo que está por vir, não se sabe quando, não sabe como, não se sabe onde, mas que por fé, acredito, de tempos em tempos precisará matar tua sede e fome em mim.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Há coisas que acontecem de repente, como se fosse a primeira vez.
Não se sabe quando vai acontecer outra vez, mas parece que sempre será a primeira.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Ambíguo

Preciso te dizer que às vezes teus olhos me fitam, como se fosses uma desconhecida, como se me desconhecesses. Mas de certa forma és tão intrínseca a mim que me confundo toda, mas me certifico, sem dúvida alguma que se não te conhecesse não repararia na chuva, não conheceria a sensação de sentir uma respiração tão terna.
Quero que permaneças em mim, assim como minhas entranhas que não podem estar em nenhum outro lugar que não seja dentro de mim.
Não te peço que mudes não te peço que abdiques não te peço que excedas. Quero-te do jeito que és explosiva e branda, quando queres ganhar o mundo e quando queres esconder-te dele.
O que me acontece é uma paixão que não cessa. Impossível explicar porque é novo para eu amar de maneira plena, além de uma fase, além de uma euforia.
Abri um mundo de perigos e possibilidades ao aceitar para mim este amor que por tantas vezes, que por um tempo eterno em mim foi unilateral. De mim para ti, apenas.
Todas as manhãs quando acordo me dou por satisfeita com a vida que tenho, exceto quando penso que dormir e acordar ao teu lado não era nada do que eu queria até pouco tempo. Acontece que há pouco tempo eu era alguém completamente diferente que hoje está assustada com tudo que mudou em volta, as pessoas, os lugares, os cheiros, os gostos.
De uma forma geral eu estou feliz. Sinto-me bem na tua companhia, sinto que nos acertamos, nos completamos na maior parte do tempo, embora em momentos de desencontro vem a maldita noção de que algo está muito errado e que o tempo será cruel com esta parte da vida que acabamos deixando para trás. Só que sem você, eu me deixaria para trás, para nunca mais me encontrar.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Coração par ti do,
a mágoa repar tida,
os dias divididos em sim e não.
Mais fácil, o fim.
A sorte, é que facilidade não cabe nem a você,
nem a mim.
De fato, a mesma rotina que dilacera
é a força da reconstrução
num
tijolo
por
tijolo
o ardor de cada m e t r o quadrado
a sincronia de nossas mãos,
que na obra se desencontram,
e no afeto não se separam.
Somos de cada uma o reflexo oxelfer do bem meb e do mal lam,
distantes e confortadas com a certeza da volta
e juntas,
perturbadas com a possibilidade de não se distanciar nunca mais.

quarta-feira, 8 de abril de 2009




Enquanto o mundo lá fora não para,eu peço perdão a Deus pela felicidade plena.

Ser feliz não é coisa de qualquer um, nem deve ser plenoporque as coisas para a maioria das pessoas não vai tão bem e até a mim,

me faltam outras coisas, mas que são nada.

Mas antes da minha plena felicidade, que Deus perdôe esta mulher.

Ser uma mulher assim, não é coisa de qualquer uma,

Ter uma mulher assim preenchendo aquilo que falta de mim mesma, isso é bondade divina.

A mulher por quem cometo o pecado da felicidade tem mil faces,

mil fases,

mil disfarces.

Segura, mas de palavras falhas.

Doce, mas forte demais.

Forte, mas criança demais.