segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Confusão

Há um tempo, pouco tempo, as coisas parecem ser diferentes. Um sentimento que na verdade é tão intenso como o vermelho dos cabelos da menina-mulher. Acabou o sofrimento do inverno e o verão até parece ter se adiantado em tardes de sábado e domingo, final de semana que passou lento, com horas eternas de uma viagem surreal por dentro das pessoas.
É só no riso que a dor se manifesta e essa contradição é tão difícil de entender como frases extensas e tudo no vazio é tão perturbador como as vozes que me rodeiam e as vezes, eu não entendo nada. Eu gosto de sentir que somos iguais, que não há vergonha nos bolsos, assim como não há dinheiro. Perdeu-se a noção, a direção, o cartão de crédito e a sanidade. Mas ergue-se então um monumental estado de satisfação e desdém.
Não é desaforo, é apenas transgressão. Fazer tudo aquilo que é errado para todo o mundo mundial. Transgredir é ser ilegal, romântico, imoral, desinteressado. O mau gosto é o gosto que tem na minha boca. Gosto do feio porque se trata apenas de um conceito invisível, uma coisa bem mais complexa que pensar em como o feio se torna belo e como o belo de todos me irrita.
Realmente eu não sei o que eu quero. E me chamam confusa porque busco saciar minha carência em braços grandes, em braços pequenos e naquilo que é fútil, meio animal, meio selvagem e também naquilo que é sensível, que é emotivo e é o que mais machuca. Sensíveis são cruéis, sempre.
Quase tudo que merece punição eu já fiz. Crimes e mais crimes. Falta muito pouco pra não haver nada que eu não tenha feito. E se eu já não sei o porquê estou nesta última linha de texto, isso é normal, é real, é natural.

Um comentário:

chili verde disse...

"Sensíveis são cruéis, sempre."


Fiquei pensando nisso. nenhuma constatação ainda.
nem questionamentos.

=*