sexta-feira, 21 de maio de 2010

Amor maduro, amor sem futuro

“Se eu tivesse sido madura, talvez nada disso tivesse acontecido”, ouvi de uma amiga que teve o fim do namoro decretado com a estupenda desculpa de: “Não gosto mais de você”. Recentemente também uma amiga minha resolveu mudar a vida completamente e pôs fim a um relacionamento de quase sete anos. Eu que até o final do dia estava casada, não de papel passado, mas de coração seguro, em minutos tornei-me novamente a garota sozinha no apartamento silencioso e vazio.

O que o amor entende por maturidade? Me pergunto enraivecida: o que o amor quer de mim? Ser maduro é ser frio e não se entregar? O que nos leva ao melhor lado da história é uma postura bruta e indiferente com uma falsa auto-suficiência que não serve para absolutamente nada?

Você sai e em qualquer lugar vê pessoas aflitas, com olhar atento em busca de algo, de alguém que as faça respirar mais fundo, que tome conta, que invada o pensamento, que torne vontades em necessidades, que transforme o querer em um vício incontrolável. Você percebe a solidão naqueles que querem colocar tudo para fora e misturar, se alimentar daquilo que veio de dentro da outra pessoa. Você se dá conta de como é importante ter alguém.

E eu não sei o que está acontecendo porque há milhares de olhares aflitos também tentando se desfazer do amor. São os maduros, os que esquecem, os que não ligam, os que não se incomodam com o silêncio do telefone. São aqueles que batem no peito e enchem a boca para dizer: “não amo mais você” “tenho um carinho enorme por você mas já não te amo mais” “eu quero minha liberdade volta” “quando estou longe eu já não sinto sua falta, acho que não gosto mais de você” “o problema não é você, sou eu” “acho que podemos ter uma amizade, não quero ficar sem saber de você e até podemos ficar, mas não quero compromisso” “estou numa outra fase da minha vida”.

Se isso tudo, essa falta de apego ao raro é sinal de amadurecimento então serei para sempre infantil, mas nunca serei hipócrita. Tudo ou nada. Quero amor, quero falta de ar e palpitação. Quero frio na barriga, romantismo e flores. Quero morar junto, brigar por quem vai levantar apagar a luz, dizer: “nossa casa, nossa cozinha, nosso banheiro, nosso quarto”. Eu quero morrer de amor e só essa condição me importa, outra não.

Um comentário:

Martica disse...

"tenho um carinho enorme por você mas já não te amo mais”
Quem nunca ouviu essa frase, que atire a primeira pedra!
Junto-me á você, querida Larissa.
Nessa fase em que pensamentos rolam soltos por aí e chegam a mesma conclusão: não somos hipócritas para acreditar que esse tipo de amadurecimento, pertença a nós. Queremos amadurecer, mas de outra forma. Como você mesma disse, com palpitações, com aquilo que é nosso e ponto final!