quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Vertigem

Abstenha-se.
Deixe para lá qualquer coisa que lhe reste,
porque tudo é sensação.
Um ato involuntário do seu corpo,
essa sombra cintilante,
que desgruda e revela então,
do que é que estamos encobertos
e há duas coisas separadas aí.
Um duelo entre o que é real e qual é o disfarce.
O que desprende não pertence a nada.
O que fica,
desnudo,
em carne viva,
é o que é.
Não se vê na lucidez
nem se sente em outra pele,
nem se pensa o que os livros podem dar
e eu penso.
Para onde foi o que desprendeu?
Quem ficou?
E se você ainda precisar,
ah! todos precisam vestir-se daquilo que não é,
que não há.
Não se pode voltar,
não deixe voltar.

3 comentários:

Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca disse...

"Vertigem" com "abstenha-se" não combina.

chili verde disse...

linda-linda

=**

Leonardo Silveira Handa disse...

Eu queria ter o dom de escrever poesias como você. As minhas ficam parecendo escritos de terceira série ao lado das suas. Isso me deixa com uma inveja terrível. Uma inveja boa, é óbvio.
Bejo