segunda-feira, 14 de abril de 2008

Noturna

Que besteira achar que posso enfeitar-te
com poesia.
Já és tu, um pequeno adorno no dia,
de rimas mal acabadas,
que é descompassada a tal alegria.
Me interrompes agora,
com melindres sonolentos,
me irrompe pela manhã
com digna euforia.
Para o menino dos olhos, João Felipe.

Matutina

Esses pássaros da manhã,
de disposição invejável,
estão aqui, como não estão
e cantam.
Fazem uma doce ronda,
em volta das casas e das árvores
e numa manhã destas,
despertam a poesia.
E não calam,
não calam.

Concepção

Vivo absolutamente tudo que me é apresentado.
O que é de sofrer,
sem dó nem piedade,
o que é de gozar,
sem medo e pudor.

Diariamente

Há dias em que sou de luta,
outros, de poesia.
Quando sou dos dois,
me sinto indestrutível.